segunda-feira, 1 de junho de 2009


Nessa madrugada com cheiro de lembrança, deixo a melodia me tocar. A flor da pele, latejam em cores vivas o presente que me proponho a viver. Meus sentidos captam o mundo em todos os instantes, gerando em mim a mesma sensação de quando se vê uma fotografia antiga. A epifania tem andado lado a lado comigo. No cotidiano descubro o que há de mais extraordinário. Nas folhas brancas dos dias, escrevo a vida em mãos tremulas, em corda banba traço minha rota e no caminho descubro o que me faz sentir. Por vezes, encontro o chão cheio de flores, outras piso em pedras, mas sinto e descubro. Percebo e me deleito com o que vejo. Me apaixono, consumo e prossigo com os olhos ávidos de uma criança cheia de vontades e medos, me admiro com o simples fato de ser. Há tanta profundidada nas coisas, nada escapa dos significados, que são individuais, sim. Mas existem e preenchem-me, dão-me sentidos, norteiam meu coração. Abraçam-me, confortam-me.


No relógio, prossegue a rota circular dos ponteiros. No horizonte entram e saem os dias. Eu, passo a passo vivendo. Em momentos corro, outros engatinho, sempre lembrando de que o que está à volta faz parte de mim e eu dele, num constante cículo conexo.



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