terça-feira, 31 de julho de 2012

Silêncio

Sempre duvide.
Duvide dos eufóricos,
Dos que verborrageiam amor.
Palavras são apenas artifícios, fogos de artifício.
Palavra boa é aquela rara,
A que acontece em momentos súbitos, uma ou duas vezes na vida.
Duvide dos que amam de mais,
Vivem de mais,
Riem de mais.
Há sempre algo de errado em de mais.
O tão pouco basta.
O rarefeito é quem mais alimenta as almas,
naqueles instantes em que tudo que se pede é uma gota,
só uma gotinha...
a satisfação é sempre maior.

Duvide hiperbolicamente desses homens-palavras.
Meia dúzia do que entra e sai pela boca é lixo.

Por favor, não me diga o que sente.
Dizer está em outra instância, muito confusa por sinal...
Mais até que os tais sentimentos.
O dizer é raro.
Nas outras circunstâncias o que se faz é cuspir.

Desde ontem duvido desses estandartes líquidos.
O silêncio sempre me falou muito mais.


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