domingo, 19 de dezembro de 2010


Sentada em um lindo sofá de seda, estética
Olhando estática os instantes como quadros de um filme
Tudo tão meramente bestial
Poucas são as coisas que na vida me incomodam
Trivial, jogada como pérola aos porcos
Em si mesmada, como uma bela flor de jardim encharcada de perfume

Hoje, por alguns momentos eternos, brilhantes, quero arrancar dos olhos o tempo
Mastiga-lo como vidro, saboreá-lo, com sangue e tudo
Correr riscos, linhas tortas
Sentir o coração não mais como um marca passo
Quero um que pulse acústicamente,
Tom, por tom,
Quero uma alma dissonante, a angústia de um porvir
Nadificada e lúgrube
Quero ver as luzes de puro gás neon desfocadas
Ser traspassada de azul
Marcar nos dias um pouco mais de mim.

Um comentário:

  1. Tempo, tempo, mano velho..

    Queria por vezes desconsiderá-lo tmbm.. e me livrar da exigencia dele sobre mim... (quem não quer, né?!)

    Beijo =)

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