quinta-feira, 2 de julho de 2009


O exterior comprime e molda meu eu a ser o que ele não é.
Esforço-me por achar o horizonte da minha alma para poder contemplar o que realmente tenho.
Perco-me nos limites entre mim e o mundo. Confundo-me no emaranhado de possibilidades e acovardo-me por preguiça de decidir e por medo de definir.
Aquela que antes era, hoje não é mais! Vaga solitária por dentro de si a paços trôpegos e olhos míopes.
Latente e febril, a angústia se põe como estofo de mim. Traz numa alucinação lúcida as indagações sobre minha subjetividade.
As bofetadas do Nada abatem meu corpo e já não instigo a razão, pois dela só me sobra a crise.
Num mosaico de interrogações se fundam meus pensamentos. Tijolo por tijolo desconstruo o castelo fraudulento do meu ser e procuro organizar os alicerces sem deixar as lacunas que antes haviam. Ora, mais dia, menos dia a construção frágil iria ruir. Antes desconstruí-la que esperar a queda. Poderia ser fatal.
Hoje, cega pelo escuro da incógnita, a tatear as paredes do meu ser, espero do amanhã a luz para que meus olhos gozem do prazer que é se achar.

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